Ontem presenciei uma cena normalíssima, mas que me pos a pensar novamente na educação ambiental para crianças e para adultos.
A cena:
Praça de alimentação de um shopping, hora do almoço.
Mãe e filho terminam sua refeição em um fastfood conhecido, e se dirigem aos latões de lixo.
Primeiro o garoto:
Olha atentamente. Uma portinhola diz RECICLÁVEL, outra portinhola diz ORGÂNICOS.
O menino, atento e esperto depois de ouvir tantas vezes na escola sobre a importância da reciclagem, separa todos os seus resíduos (porque haja lixo na hora do fastfood), e os coloca cuidadosamente, cada um no seu lugar.
Daí a vez da mãe: apressada, mal humorada, de cara feia, nem olha pro latão. Joga tudo em qualquer buraco e tchau.
O garotinho, atônito frente a atitude irresponsável e feia da mãe, a repreende com um olhar, mas tem aimpressão de que se disser algo apanha de cinta quando chegar em casa, ou leva um safanão ali mesmo.
Claaaaaaaro que, vamos combinar, talvez o programa de coleta seletiva do shopping seja pura barbada, fake mesmo, porque é bonitinho dizer que faz algo pelo meio ambiente, e que a atitude da mãe não faça diferença depois, pois vai tudo pro mesmo lugar.
Mas a atitude, a exemplaridade para o filho e o descaso violento é algo que se pensar...
As crianças sempre aprendem mais, com mais facilidade, são mais abertas, mais ideológicas, é natural. Adultos são mais fechados, quase ninguém quer fazer educação ambiental para adultos. E para ricos.
E dá-lhe "conscientização" para pobres e crianças, jogando todo o peso da responsa de mudar um paradigma corrente para essa parcela da população. Já ouvi muito profissional da área dizendo que educação ambiental é para crianças, que elas são mais fáceis de ensinar (entenda-se condicionar).
Em primeiro lugar, o princípio da educação ambiental não é doutrinar. Em segundo, os adultos devem ser sensibilizados, sim. E até mais do que as crianças.
Alguém duvida disso? Eu não.
A gente precisa mudar essa idéia e pensar que a educação ambiental é para seres humanos, independente de sua faixa etária, gênero ou condição social. Porque a relação entre mãe terra e ser humano é intrínseca, todos a temos, só resta desperta-la em cada um de nós.
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